Em 02 de novembro de 2020, fazemos memória dos 15 anos do falecimento do Sr. Lino Ribes. Aqui nossa homenagem saudosa com a publicidade do seguinte trecho extraído do capítulo 3 da Monografia indicada a seguir. A seu Lino Ribes, minha gratidão eterna por seu exemplo de amor às origens. Minha trajetória de pesquisa em muito se inspirou em pessoas como seu Lino. Desde os 6 ou 7 anos, ouvir pessoas como seu Lino aguçou meu interesse pela história desse grupo étnico que formou o pelotense. Foram visitas que eu fazia desde criança acompanhando minha avó e meu pai, mais tarde visitas para ouvir do seu Lino a história das nossas famílias na Colônia Francesa até às últimas visitas feitas por amizade e gratidão por sua vida. Quem sabe um dia a gente se encontre para lembrar tudo de novo...
Foto de Lino Ribes em sua biblioteca, por volta de 2003. Acervo digital do Museu da Colônia Francesa de Pelotas. 2008.
Lino Emílio Ribes - heroificação na Colônia Francesa
Lino
Emílio Ribes (*1910 +2005) era filho de Emílio Ribes e Maria Julieta Pastorello. Era viúvo de Romilda Élida Escallier, de quem tem os filhos: Ivone
Julieta Ribes viúva de Ernesto Rickes e mãe de 3 filhos; e, Airton
Lino Ribes viúvo de Maria Elaine Crochemore e pai de 3 filhos.
Lino Emílio Ribes nasceu em 17/05/1910, na colônia Santo Antônio, em casa de seus avós Gustave Ribes e Marcelina Fouchy. Em 1914, seu pai muda-se para a casa sede da propriedade que comprou de seu sogro, Domingos Pastorello. Ali viveu até 1998, quando se mudou para mais próximo da companhia dos filhos na Vila Nova.
Desde cedo acompanhou com os irmãos as atividades do pai, o importante industrial Emílio Ribes. De espírito inquiridor estava sempre testando novas cepas de videiras, auxiliando a professores e agrônomos que buscavam a Quinta dos Ribes para suas pesquisas e desenvolvimento de novas variedades hibridizadas. Lino Ribes acompanhava tudo de perto. Seu gosto pelos livros e as pesquisas em breve fizeram ver ao pai cuidadoso, que ele poderia se encarregar da papelada burocrática, das finanças, da contabilidade e administração da fábrica, ficando o pai e os irmãos com mais tempo para dedicarem-se com a produção, transporte e comercialização dos produtos.
Lino Ribes possui uma cultura louvável, sempre interessado nas questões humanas: sejam elas notícias políticas, econômicas, históricas ou sociais. Dono de ótima memória, ouvia e guardava os relatos de seus ancestrais e imigrantes franceses que conheceu quando criança. Podemos considerá-lo, sem medo de exagero, como a memória viva da colônia Francesa. Não apenas pelo conhecimento que tem da história dos franceses, mas por sua própria presença, que denuncia o modo de ser do grupo étnico francês: o gosto pelo vinho, pelas conversas polidas e educadas, pela convivência social, pela leitura e interesse por questões que valorizam o homem em sua plena dignidade. Seu discernimento político, suas palavras de quem vive com sabedoria, sua finura e amabilidade naturais fazem com que receba muitas visitas de estudiosos e curiosos como tem acontecido ao longo dos anos. São diversos os que o procuram para uma conversa de conteúdo, para buscar dados para pesquisas e trocar livros. Foi diversas vezes entrevistado sobre questões de imigração, escravidão, história geral e principalmente, sobre os franceses e sua colônia em Pelotas. Lino Ribes já foi citado por diferentes autores e pesquisadores que o visitaram, entre eles podemos citar Marinês Grando, Zênia de Leon, José Etcheverry e Mário Maestri.
Lino Ribes é dono de valiosa biblioteca e também admirável hemeroteca com artigos de diversos jornais cuidadosamente recortados e conservados em pastas. Possui um importante acervo pessoal sobre a história da colônia Francesa, fotos, documentos, objetos e apontamentos. Talvez o mais interessante deles seja um memorial religiosamente escrito por mais de 60 anos, a partir de 1938, onde descreve fatos importantes referentes à sua família e à vida da colônia Francesa durante este período.
É importante dizer também que foi o último Presidente da Sociedade Bailante União Camponesa, sendo antes seu Primeiro Secretário entre 1944 e 1951. Digno de nota são também os discursos proferidos por Lino Ribes, não apenas na forma de entrevistas como já observamos, mas também nos momentos em que a comunidade reunia-se para suas comemorações e cerimônias. Lino Ribes é símbolo da história e tradição do grupo étnico.
Fotos: Lino Ribes e Leandro Betemps durante alguma visita entre 1997 e 1999. Acervo do autor.
Muitissimo interessante! Como gostaria de ler mais histórias sobre ks a tigos imigrantes e seus descententes mais recentes. Em especial teria muita vontade de conhecer histórias das famílias francesas que foram oara Canguçu. Sempre ouvi que meu avô materno descendia de algum desses. Não conheci meu avô, mas minha mãe contava sobre ele e me vejo sempre com varias caracteristicas
ResponderExcluirprovavelmente herdadas dele. Caso tenha alguma mayeria sobre esses que passaram a viver em Canguçu? apreciaria muitíssimo ler .