Arroio do Padre
Foi uma das principais colônias pelotenses, sendo fundada pela sociedade formada por Guilherme Bauer e Augusto Gerber. Parte do atual município (a Picada Cerrito) pertencia a São Lourenço e parte pertencia a Pelotas (Arroio do Padre I). O espaço depois passou a pertencer ao Distrito de Santa Silvana (antigo 6º Distrito de Pelotas). Em 1967, passou a formar o 10º Distrito de Pelotas com o nome de Arroio do Padre.
Emancipação
Município foi emancipado de Pelotas em 17 de abril de 1996 e a instalação da prefeitura se deu em 01 de janeiro de 2001.
Gestão
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Período
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Almiro Buss
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2001 – 2004
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Gilnei Fischer
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2005 – 2008
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Jaime Alvino Starke
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2009 – 2012
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Leonir Aldrighi Baschi
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2013 – 2016
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Brasão
O Brasão tem escudo latino e apresenta o arroio que dá nome ao município, a casa que representa as moradias dos povoadores, as árvores representam a vegetação da região, a igreja representa a forte presença da fé cristã, a vaca leiteira que representa a pecuária como uma das principais atividades econômicas, os ramos de milho e de tomate representam as principais atividades agrícolas. Foi criado por Vera Schiller.
Origem do nome
A origem é controversa e nenhuma é comprovada. Ainda
falta pesquisa para esclarecer o nome.
A versão dos moradores é de que um pastor da Comunidade
de Arroio do Padre I teria fixado moradia perto do arroio e por isso a localidade
passou a ser conhecida. Alguns ainda dizem que um padre que visitava a região realizando casamentos e batismos, ou até mesmo um pastor, teria caído nas águas do arroio que havia transbordado
devido a fortes chuvas. Essa versão foi confirmada como sendo da oralidade do povo pela Sra. Renilda Vahl Bohrer que a narrou ao Irmão Jacob Parmagnani em 2001.
Outra versão é de que as terras
em volta do Arroio teriam pertencido ao primeiro administrador da Real Feitoria
de Linho Cânhamo de Canguçu Velho – o Padre Francisco
Xavier Prates. A Feitoria foi criada em 1783 e em 1789 foi transferida para
São Leopoldo. O Padre era irmão de Paulo Xavier Rodrigues Prates, depois proprietário
da região da cidade de Canguçu e da ilha hoje da conhecida por Feitoria em
Pelotas. A família e outras vieram para a região depois da retomada de Rio Grande
pelos Portugueses em 1776. O padre Prates era cunhado de Manuel Marques de
Sousa, militar ativo na expulsão dos espanhóis da Vila de Rio Grande em 1º
de abril de 1776. Ali foram assentados os primeiros povoadores de
Canguçu. Essa versão, embora baseada em fatos históricos, mas ainda não comprovada.
Os indícios e suposições provêm de um mapa elaborado por Alberto Coelho da
Cunha, funcionário público de Pelotas no início do século XX. Além, disso, o
Padre Prates teria falecido por volta de 1784 e não teria vivido nas terras do
Arroio do Padre.
Outro candidato a ser o "padre", é o Padre Pedro Pereira Fernandes de Mesquita, conhecido por "Padre Doutor". Pedro nasceu em 1729 em Colônia do Sacramento, atual Colonia, no Uruguay, filho de Vicente Pereira e Madalena Martins Pinto de Mesquita. Em 1742 estaria no Rio de janeiro, e no Colégio da Comapnhia de Jesus teria estudado lógica (por volta dos 12 anos!). Em 1748 entra para a Universidade de Coimbra, em Portugal, onde forma-se em julho de 1752, no curso da Faculdade de Cânones. Pessoa culta e com grande estima na Cúria do Rio de Janeiro. Não se sabe quando foi ordenado (possivelmente em 1754). Também, não há certeza onde viveu até ser nomeado capelão em Colônia onde ficou até ser demitido em 1758. Ainda era sacerdote em Colônia quando esta foi conquistada pelos espanhóis. Sendo preso foi levado com a população de Colônia para Buenos Aires e após foi para Rio Grande. Em 1783, foi nomeado pároco da Freguesia de São Pedro, em Rio Grande. E em 1793, deixou o cargo para tornar-se Vigário da Vara até 1805. Tinha terras na região de Pelotas e passou seus últimos dias no Cerro de Santana (no atual município Capão do Leão). Antes de falecer em 27/08/1813, distribuiu suas terras para os sobrinhos Felício, Hipólito e José Saturnino. Na biografia de Hipólito da Costa, escrita por Mecenas Dourado, o Irmão Jacob Parmagnani leu uma menção sobre a memória folclórica de um "Arroio do Padre Doutor". Porém, no blog de Arthur Victoria, pesquisador sobre Capão do Leão, podemos ver em seus artigos que o Arroio São Tomé passou a ser conhecido por "Arroio do Padre Doutor". Logo, talvez ainda não seja também a versão correta. Aguardemos as pesquisas dos historiadores no assunto...
Sobre a formação da povoação
Em 1868 havia 42 famílias alemãs em 50 lotes distribuídos em 3
picadas.
Em 1900 já havia 67 famílias distribuídas em 74 lotes.
Há uma possibilidade de ser o núcleo Bismark a origem do Arroio do Padre em 1867/1868
em terras compradas por Guilherme Bauer a Guerino da Silva Vinhas e Maria
Guilhermina em 20/12/1870.
Ali, haveria os 30 primeiros lotes.
Em 1875, Augusto Gerber e Valentim Bauer compram terras a
Vicente Cipriano de Maia em 05/10/1875. A partir dessa data, o núcleo original teria se expandido para as terras de 1875 e também para 2 outras áreas compradas por Jacob
Rheingantz a Manuel Mathias da Terra Velho em 1871. Esta última para os lados
do Arroio Pimenta. Essas três áreas aumentaram em mais 50 lotes.
Localidades
Entre as localidades do município encontram-se:
Bairro Centro
Arroio do Padre I
Bairro Benjamin Constant
Bairro Brasil para Cristo
Bairro Leitzke
Bairro Progresso
Colônia Progresso
Bairro Cerrito
Colônia Cerrito (Picada Serrito)
Colônia Santa Coleta
Picada Bonita
Colônia Santa Silvana II
Picada Arroio Grande
Colônia Bismark
Colônia Oliveira I
Colônia Municipal
Colônia Sítio
Picada Chaves
Arroio do Padre II
Picada Lopes
Colônia Aliança
Expansão da Colônia Arroio do Padre
Núcleo
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Comprador
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Antigo proprietário
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Data da venda
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Lotes
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Núcleo Cerrito
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Jacob Rheingantz
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1868
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53
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Núcleo Arroio do Padre (I)
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Guilherme Bauer e Augusto Gerber
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1868
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20
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Núcleo Bismarck
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Guilherme Bauer
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Guerino da Silva Vinhas e Maria Guilhermina
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1870
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30
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Núcleo Arroio do Padre (II)
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Augusto Gerber e Valentim Bauer
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Vicente Cipriano de Maia
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1875
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30
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Núcleo Arroio Pimenta
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Jacob Rheingantz
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Manuel Mathias da Terra Velho
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1871
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10
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Principais famílias povoadoras em Arroio do Padre
Baasch
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Baldemanerque
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Baltz
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Bauer
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Bauermann
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Behling
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Beiersdorf
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Beskow
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Bonow
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Bohrer
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Borel
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Born
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Braun
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Braunner
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Drawanz
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Ebeling
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Einhardt
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Fischer
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Fiss
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Gerber
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Griep
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Gruetzmann
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Haerter
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Heller
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Hellwig
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Hirdes
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Holz
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Jansen
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Kaster
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Kohls
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Krach
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Lang
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Leitzke
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Loeck
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Maas
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Mackdanz
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Manske
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Marten
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Milech
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Muller
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Nornberg
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Ott
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Perleberg
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Pieper
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Raasch
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Radmann
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Redu
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Ritter
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Roschild
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Roepke
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Rusch
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Rutz
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Scheunemann
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Schild
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Schmidt
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Schoeder
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Scholl
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Schuch
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Storch
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Tessmann
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Timm
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Uecker
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Vahl
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Voigt
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Waldow
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Weiser
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Wendt
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Wickboldt
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Wulff
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Fontes:
BEIERSDORF, Cássia Raquel; BAYSDORF, Nataniel Coswig. Arroio do Padre: nosso espaço, história e cultura. Pelotas: Ed. Universitária UFPel, 2010.
FETTER, Leila Maria Wulff. A colonização ocorrida na área rural de Pelotas na segunda metade do século XIX. Pelotas: UCPel, 2002. Dissertação de mestrado - Anexo 6: Fichas relativas aos núcleos coloniais e seus promotores, páginas 1493 a 1501.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arroio_do_Padre, acessado em 12 de janeiro de 2015.
http://capaodoleao.blogspot.com.br/2006/03/9-primeiras-sesmarias.html, acessado em 15 de janeiro de 2015
PARMAGNANI, Jacob José, Irmão Lassalista. Padre Doutor Pedro Pereira Fernandes de Mesquita. Porto Alegre: Gráfica La Salle, 2002.