segunda-feira, 8 de abril de 2013

1812 - apenas 5 matrimônios

No ano de 1812, realizaram-se apenas 5 casamentos na recentemente criada Freguesia de São Francisco de Paula. Aqui posto a data e o nome dos noivos:

1) 11 novembro - José da Rosa e Luísa Maria dos Anjos
2) 19 dezembro - Manuel de Azevedo da Silveira e Ana Joaquina de Jesus
3) 24 dezembro - Vicente Lopes Machado e Raquel Soares de Oliveira
4) 26 dezembro - Manuel José Rodrigues Valadares e Maria de Santana da Silveira Calheca
5) 26 dezembro - João Antônio Ferreira Viana e Senhorinha da Silveira Calheca

O segundo casamento é de açorianos.
O quarto e quinto casamentos, são das filhas de José Gonçalves da Silveira Calheca, proprietário da Charqueada, da qual a parte do proteiro foi vendida para o capitão-mor Antônio Francisco dos Anjos fazer o primeiro aforamento de terras do qual foi surgir a cidade de Pelotas. 

Outra curiosidade é que deste quinto casamento pelotense, nasceu o advogado Antônio Ferreira Viana, Deputado da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, Ministro da Justiça, Conselheiro do Império, Vereador e Presidente da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, destacado político brasileiro.  Nasceu em 1832 em Pelotas e faleceu em 1903, na cidade do Rio de Janeiro.  Em 1888, ligou seu nome à história do Brasil, quando da promulgação da Lei Áurea pela Princesa Isabel.  Segundo o historiador Fernado Luís Osório, esta lei foi concebida, formulada e expedida por ele, por ser na ocasião o Ministro da Justiça, no Gabinete João Alfredo.  
Fontes: RHEINGANTZ, Carlos. Povoamento do Rio Grande de São Pedro: A Contribuição da Colônia do Sacramento. In: Anais do Simpósio Comemorativo do Bicentenário da Restauração do Rio Grande (1776-1976), pg.154. OSORIO, Fernando Luís. A Cidade de Pelotas. Porto Alegre: Globo, 1962, p.98-99.


Primeiro matrimônio - 11 Novembro 1812

O primeiro matrimônio realizado no atual município de Pelotas ocorreu em 11 de novembro de 1812 e foi registrado na primeira folha do primeiro livro da recém criada freguesia de São Francisco de Paula. A cerimônia ocorreu na matriz, às 8 horas da manhã e foi presidida pelo vigário Felício Joaquim da Costa Pereira, o Padre Felício.


Noivo:
José da Rosa, natural da freguesia de Nossa Senhora do Monte, Patriarcado de Lisboa, Portugal, filho de Custódio da Rosa e Maria Joaquina do Nascimento.

Noiva:
Luísa Maria dos Anjos, natural da freguesia de São Pedro do Rio Grande, filha de João Francisco de Sousa e Isabel Maria de São José, naturais de São Pedro do Rio Grande. Os avós paternos e maternos são da Ilha de São Jorge, nos Açores.

Testemunhas:
João de Sousa Mursa,  natural do Rio de Janeiro, foi o primeiro secretário da Câmara de Pelotas, permanecendo no cargo de maio 1832 a abril de 1844. No ano de 1818 casou-se com uma das filhas do capitão Antônio Francisco dos Anjos. Como suplente, foi chamado a compor a 3ª Câmara (1844-1845), quando da retomada das atividades desta Casa após a Revolta Farroupilha. Faleceu em 1856. Fonte: ETCHEVERRY, José Vieira. O poder legislativo pelotense. Cadernos de Pelotas, nº 2, 1990, pg.13. 
Padre João José da Silva Sousa, oriundo da arquidiocese de Braga, foi capelão do Oratório do capitão Antônio Francisco dos Anjos. Entre 1814 e 1817 foi pároco da freguesia de São Luís de Mostardas. No ano de 1815, quando da visita pastoral do bispo Dom José Caetano da Silva Coutinho, recebeu a comitiva, porém não agradou ao bispo do Rio de Janeiro que o considerou: "um desbocado (...) que tem dado (...) motivos ao desgosto geral". Fonte: RUBERT, Arlindo. História da Igreja no Rio Grande do Sul, 1994, volume 1, pg.102.   

Não foram encontrados outros registros eclesiásticos para o casal, nem batismos de filhos, nem óbitos dos conjuges. Talvez tenham ido para outra freguesia, possivelmente Rio Grande.